Temperamentos - Refletindo sobre Generalizações e Fatalismos
Antes de começar, preciso deixar algo bem claro: este post é uma OPINIÃO PESSOAL. Não gostou? Sem problemas, basta deixar de me seguir. Se eu quisesse ouvir críticas sem fundamento, adotaria um gato gago.
1 — Virou Horóscopo
Fico cada vez mais impressionado como a teoria dos temperamentos, que antes era algo mais profundo, virou um novo “horóscopo”. Hoje, é normal ouvir coisas como “essa pessoa é assim porque é de Áries”, mas, na realidade, muitos agora substituem os signos por conceitos de temperamento, como “ah, ela é sanguínea”. Para mim, é quase como se tentassem criar um novo fatalismo, e isso me leva ao próximo ponto.
2 — Generalização
A coisa mais difícil, mas também mais importante, é entender que cada pessoa é um conjunto único de experiências, emoções, afetos e até traumas. Por mais que a teoria dos temperamentos proponha tipos como “sanguíneo” ou “colérico”, forçar todo mundo a se encaixar nessas caixinhas é desconsiderar a individualidade de cada um. Eu, por exemplo, posso ser impulsivo em algumas situações, mas isso não é porque sou “colérico”, mas sim porque fui ensinado a ser mais decidido e prático, principalmente pelo ambiente em que cresci.
3 — Qualquer um Pode Falar
Esse é um dos pontos que mais me irrita. Em um mundo onde a fama nas redes sociais é movida por curtidas e alcance, parece que qualquer pessoa pode falar sobre algo como se fosse especialista, sem ter o conhecimento profundo necessário. A febre dos temperamentos cresceu justamente porque, de forma rasa, qualquer um pode falar sobre isso. Basta dar uma lida em um ou dois artigos na internet, repetir algumas ideias e se fazer de culto. Isso não é ser culto, é apenas superficialidade.
Mas calma, não me entenda mal.
Eu não estou dizendo que devemos desconsiderar completamente os temperamentos. Eles têm sua relevância, claro. Mas o que estou propondo aqui é que tenhamos ponderação ao analisá-los. Temperamento não é uma sentença. Às vezes, nossa impaciência não vem de um temperamento colérico, mas de uma educação que nos moldou para ser mais reativos. Ou, talvez, nossa introversão não seja apenas um reflexo de ser melancólico, mas de experiências de vida que nos tornaram mais reservados.
No final, temperamento não deve ser tratado como uma verdade absoluta. Não é fatalismo, nem um dogma. É só mais uma faceta da complexa natureza humana.