3 conselhos sobre a oração que mudaram a minha rotina
Se tem uma coisa que a vida me ensinou — seja nos corredores silenciosos do seminário, nos bastidores de um supermercado em plena segunda-feira, ou agora, preparando meu casamento e sonhando alto com uma carreira em TI — é que rezar é mais do que falar com Deus: é viver com Ele.
A oração é o meio ordinário por onde Deus nos comunica suas graças. Parece simples, né? Mas às vezes a gente complica tanto… entre novenas, promessas, ladainhas e agendas lotadas, esquecemos que o essencial é o coração voltado para Ele.
Hoje quero compartilhar contigo três conselhos sobre a oração que me ajudaram muito e continuam me ajudando — especialmente agora, numa fase em que o tempo parece sempre curto, mas a sede de Deus só aumenta.
1. Rezar sempre… é viver desejando a glória de Deus
Você já deve ter ouvido aquele trecho da Bíblia que diz: “Orai sem cessar” (1Ts 5,17). Eu confesso que, por muito tempo, achava isso impossível. Como assim orar o tempo todo? Até lavando a louça?
A chave está no que Santo Agostinho nos ensina: “Se vosso desejo for frequente, frequente será vossa oração.” Ou seja, se o meu coração está voltado para Deus, buscando glorificá-Lo em tudo — nas tarefas de casa, nos estudos, no código que estou escrevendo, nas conversas com a minha noiva — então, de alguma forma, eu já estou em oração.
Quando me mudei para Petrópolis, por exemplo, precisei aprender a me organizar de forma mais intencional. No começo, achava que estava “perdendo” meu tempo de oração porque a rotina tinha mudado. Mas foi aí que entendi: se eu vivo o meu dia buscando fazer tudo com amor, por amor e para o Amor, isso já é uma forma profunda de orar.
2. Respeite seu tempo — e sua missão
Nem todo mundo vai conseguir passar horas em adoração ou rezar longos terços todos os dias. E tá tudo bem! A duração da oração deve ser medida pela disposição da alma e pelas obrigações do nosso estado de vida.
Esse conselho me ajudou especialmente quando eu estava trabalhando no Bramil. A rotina puxada e os horários quebrados dificultavam manter um horário fixo para orar. No começo, me sentia culpado. Mas depois fui entendendo que Deus me chamava a ser fiel naquele pouco tempo que eu tinha: cinco minutinhos antes de começar o expediente, uma Ave-Maria no intervalo, um Pai-Nosso no ônibus…
O segredo está em ser sincero e constante, ainda que seja breve.
3. Menos quantidade, mais profundidade
Aqui vai um ponto importante: não adianta sair acumulando orações vocais sem rezar de verdade. Às vezes a gente se enche de novenas, ladainhas e promessas, mas faz tudo no automático. Melhor do que isso é rezar pouco, mas com o coração inteiro.
Eu mesmo já caí nessa armadilha. Tinha dias em que me programava para rezar várias coisas… e no fim, rezava tudo correndo, olhando pro relógio, com a cabeça longe. Foi um padre amigo quem me deu esse puxão de orelha: “Não é o tanto que você reza, mas o quanto você ama enquanto reza.”
Hoje, prefiro fazer menos, mas bem feito.
Conclusão: Rezar é viver com Deus, no que a gente é, no que a gente faz
Esses conselhos me ajudaram a entender que a oração não precisa ser um peso ou mais uma tarefa da lista. Ela é o combustível, a respiração da alma. E quanto mais a gente se organiza — seja no lar, na programação, no trabalho ou nos estudos — mais espaço a gente encontra para Deus habitar cada parte da nossa vida.